Desmistificando o Shoujo - I
terça-feira, 31 de maio de 2011 @ 12:07
Hoje inauguramos uma das primeiras rubricas que fará parte do nosso site: desmistificar algumas ideias pré-concebidas quanto ao Shoujo!
E a primeira tentará compreender se de facto é verdade que "Só as mulheres escrevem e editam mangas shoujo."
Se tivéssemos oportunidade de olhar para uma prateleira onde estivessem vários mangas shoujo, iríamos reparar, sem dúvida alguma, nos vários nomes femininos que saltam à vista. Uma vez que este estilo de história é mais direccionado para o público feminino, é natural a tendência de se pensar na exclusividade de autores deste sexo no que diz respeito a séries shoujo. Mas será isto verdade?
E a primeira tentará compreender se de facto é verdade que "Só as mulheres escrevem e editam mangas shoujo."
Se tivéssemos oportunidade de olhar para uma prateleira onde estivessem vários mangas shoujo, iríamos reparar, sem dúvida alguma, nos vários nomes femininos que saltam à vista. Uma vez que este estilo de história é mais direccionado para o público feminino, é natural a tendência de se pensar na exclusividade de autores deste sexo no que diz respeito a séries shoujo. Mas será isto verdade?
Não, não é! E a mensagem a deixar é que nem todos os mangakas shoujo são mulheres.
Vamos, então, aos factos que ajudam a desmistificar este conceito.
Mitsuteru Yokoyama, a par de Osamu Tezuka, foi um dos grandes pioneiros do Manga e Anime. Uma das obras mais famosas deste importante artista foi Mahou Tsukai Sari (A feiticeira Sally), um marco na história da banda-desenhada japonesa, uma vez que foi precursor do género "Mahou Shoujo". Já Osamu Tezuka, considerado por muitos como o "pai do Manga moderno", foi o autor de Ribbon no Kishi (A Princesa e o Cavaleiro), um manga que marcou o nascimento do próprio género a que hoje chamamos de Shoujo, apesar de várias controvérsias quanto a este facto. Assim sendo, as origens do próprio Shoujo remontam às mãos de homens interessados no desenvolvimento de um estilo que seria, mais tarde, popularizado na sociedade moderna.
Claramente, foram mangakas homens mais velhos que mais se dedicaram à arte do Shoujo. Exemplos disso são nomes como Wada Shinji, criador de diversas obras deste género, e Chiba Tetsuya, conhecido pelo popular manga Ashita no Joe.
Claramente, foram mangakas homens mais velhos que mais se dedicaram à arte do Shoujo. Exemplos disso são nomes como Wada Shinji, criador de diversas obras deste género, e Chiba Tetsuya, conhecido pelo popular manga Ashita no Joe.
Mas o Shoujo criado por homens não é apenas assunto do passado. Nos dias de hoje, temos alguns exemplos de mangakas masculinos que se dedicam à criação de importantes e populares obras classificadas dentro deste género:
Sato Junichi, autor do manga Pretear, para além de ter sido responsável pela direcção de várias séries de anime Shoujo famosas, como Kaleido Star e Sailor Moon.
AKIRA, responsável por vários mangas, incluindo Suki Nante Ienai.
Kitagawa Shou, que apesar de actualmente se dedicar mais à arte do Seinen, já publicou várias obras Shoujo, e assume-se como fã do género.
A conclusão a que podemos chegar é que, no passado, foram vários os homens que se dedicaram ao Shoujo. Contudo, com a evolução dentro do género e as próprias exigências do público-alvo, havendo a necessidade da elaboração de obras mais longas e que se focassem mais nos relacionamentos humanos, foram as mulheres quem progressivamente tomaram conta do género. Hoje em dia, grande parte das obras Shoujo mais influentes e importantes são, sem dúvida, escritas por mangakas femininas. No entanto, não podemos ser redutores ao ponto de afirmar que não existem mangas Shoujo elaborados por homens. Como vimos, existem, e muito provavelmente nunca deixarão de existir.
E neste contexto, aproveitamos para desmistificar duas ideias muito presentes no universo do Manga: nem Motomi Kyousuke (criadora de Beast Master e Dengeki Daisy) nem Tanaka Meca são homens! Apesar de muitas vezes assinarem e exibirem imagens que transmitem a ideia de o ser, as suas aparições públicas revelaram que são mulheres.
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